Mitos e Verdades Sobre Pronúncia
Dou aulas de inglês para muitas pessoas, e percebo que a questão da pronúncia é comumente deixada para segundo plano em muitas escolas de língua, assim como pelo aluno autodidata. Acredito que isso é um erro muito grave, porque atrapalha o real desenvolvimento do aluno, e é um ponto crucial no momento de determinar o nível de proficiência de um falante.
Na série "Modern Family", a personagem colombiana Gloria sofre em momentos que não consegue pronunciar ou falar de acordo com as convenções da língua inglesa nos Estados Unidos.
Busquei enfatizar a questão da pronúncia ainda no post anterior “O Que Devo Aprender”. No entanto, acredito ser vital falar de forma mais detalhada sobre alguns aspectos de pronúncia, analisando mitos e verdades amplamente divulgados a respeito dessa nuance do inglês.
Como expliquei no post anterior, ao pronunciarmos as palavras da forma como os nativos da língua a pronunciam normalmente, somos entendidos mais facilmente pelas outras pessoas. Da mesma forma, ao conhecermos a pronúncia das palavras, podemos compreender com maior agilidade o que nos é dito. Sendo assim, a primeira verdade estabelecida aqui é que é muito importante considerar a pronúncia das palavras (isoladas e combinadas) desde o primeiro contato com a segunda língua.
Dou aulas de inglês para muitas pessoas, e percebo que a questão da pronúncia é comumente deixada para segundo plano em muitas escolas de língua, assim como pelo aluno autodidata. Acredito que isso é um erro muito grave, porque atrapalha o real desenvolvimento do aluno, e é um ponto crucial no momento de determinar o nível de proficiência de um falante. Penso em dois motivos para que algo tão importante acabe sendo deixado de lado: (1°) os alunos autodidatas não se dão conta da importância dessa questão, já que ela não costuma ser amplamente abordada pelos materiais didáticos convencionais; (2°) e é realmente difícil tanto para o aluno quanto para o professor trabalharem esse ponto da língua. Mesmo assim, dada a sua importância, é um mito acreditar que o trabalho de pronúncia é secundário. Ao contrário disso, ele deveria ser o foco de muitas aulas e sempre abordado em cada novo aprendizado.
Quando eu ensino pronúncia, trato de todos os detalhes da pronúncia mais comum de um nativo americano. Muito alunos ficam revoltados, e dizem que preferem aprender inglês britânico, porque é muito mais fácil. Apesar de achar linda e elegante a pronúncia do inglês britânico, aprendi o inglês americano desde pequena, e não consigo fazer soar natural outro sotaque. Por isso, deixo bem claro que o inglês que ensino é o americano. Mas não é só por isso que aconselho os alunos iniciantes a focarem no inglês americano. Acontece que acreditar que a pronúncia britânica é mais fácil também é um mito. Da mesma forma que os americanos (e qualquer povo do mundo, diga-se de passagem) omitem algumas letras quando falam, juntam alguns sons e pronunciam palavras de maneiras inimagináveis, os ingleses também o fazem. Além disso, pare para pensar, os Estados Unidos estão na América, próximos ao México, ou seja, sofrem grande influência do espanhol, uma língua bastante próxima a nossa. Isso faz que o acento deles seja bem mais familiar para nós do que o de um povo tão longínquo lá na Europa. Assim sendo, fique à vontade para escolher que sotaque deseja ter, mas tenha ciência de que o inglês britânico não será mais fácil que o americano, e talvez seja até mais difícil.
Resumindo: É muito importante considerar a pronúncia das palavras (isoladas e combinadas) desde o primeiro contato com a segunda língua. Sendo assim, o trabalho com a pronúncia não é secundário, e sim o foco de muitas aulas, devendo ser abordado em cada novo aprendizado. Fique atento, pois a pronúncia britânica não é necessariamente mais fácil que a americana, talvez seja até mais difícil. Pela maior familiaridade que temos com o inglês americano, o meu conselho ao aluno iniciante é focar nele.